O conceito de ESG já está mudando a forma de muitas grandes empresas fazerem negócio, e enganam-se aqueles que pensam que isso se trata apenas de sustentabilidade. A sigla significa “Environmental, Social and Governance” (Ambiental, Social e Governança) – e o risco é alto para a credibilidade das marcas que não seguirem esses pilares, tanto no que diz respeito a clientes e a investimentos.
O termo não é tão recente assim: surgiu em 2004 em um relatório feito pelo Pacto Global, braço da ONU para engajar organizações empresariais em questões sociais, ambientais e de governança de mercado, de forma integrada.
Muitos gestores pensam que ESG está ligada exclusivamente a práticas de preservação ambiental, mas como vimos acima, o Social e a Governança também estão envolvidos diretamente nas práticas.
O Ambiental está relacionado à redução do impacto que sua empresa causa no meio ambiente, seja com o aquecimento global, emissão de carbono, poluição do ar e águas, gestão de resíduos, eficiência energética, entre outros. Ter ações e metas para o aumento da sustentabilidade através de estratégias de atuação, desde a produção à logística. Como exemplos, inclusive listados no Merco Responsabilidade ESG no Brasil, estão O Boticário planejamento 100% de suas entregas realizadas por veículos elétricos, e a Natura desenvolvendo produtos e embalagens de seus cosméticos de forma sustentável. Fala-se muito sobre redução da pegada ambiental, e é sobre isso que o “E” do ESG se trata.
O Social da sigla é referente ao respeito da empresa com seus parceiros, sejam eles clientes, funcionários e comunidade onde está inserida. Trabalhar métodos de inclusão e diversidade, engajamento dos funcionários, satisfação do cliente, investimento social, assim como a privacidade e proteção dos dados de todos envolvidos (leia mais sobre isso no artigo LGPD: sua empresa está adequada? do Blog da Bem). O conceito Social da ESG em uma empresa é totalmente multidisciplinar: envolve tanto a gestão, como as áreas de Recursos Humanos, Endomarketing, Segurança do Trabalho e TI.
E em relação ao Governance (ou Governança), a temática é relacionada à conduta corporativa, desde a práticas anticorrupção, criação (ou manutenção) de canais internos e idôneos de denúncias a respeito de discriminação, assédio ou corrupção, a execução de auditorias internas e externas, o seguimento à regra dos direitos do consumidor, transparência de dados etc. É intrínseco aos outros dois termos, pois é a Governança quem dita, conduz e fiscaliza as demais práticas citadas anteriormente. Fica claro que há muitos desafios e vulnerabilidades quando pensamos na execução do ESG em cada empresa, principalmente pois é preciso entender os diversos impactos negativos que causamos como corporação ao meio ambiente e sociedade – e que precisamos agir imediatamente para a melhoria do tema, agir sobre isso. ESG não é luxo, é ponto crucial para a sobrevivência e competitividade no mercado, e precisa estar presente na agenda prioritária da estratégia empresarial.