A NRF Big Show, o maior e mais importante evento de varejo do mundo, em 2021 foi 100% online e teve, por motivos óbvios, muitos dos seus painéis citando sobre como o varejo se desdobrou durante a pandemia para se manter ativo, além de versar sobre, pós pandemia, o quanto permanecerão ativos desses novos modelos de consumo e experiências adotados pelo mercado.
O ambiente de compras digital assumiu a supremacia desde o começo do distanciamento social, e precisou amadurecer determinados pontos de forma brusca em 2020, com a criação “apressada” de novos canais de contato e de venda. Porém acredita-se que, acontecendo uma “normalização” da vida pós vacina, haverá um desejo acumulado de frequentar as lojas físicas pelo consumidor – porém exigente de mordomias digitais adquiridas, como a experiência da personalização de promoções e atendimento customizado durante sua jornada de compra.
Uma pesquisa realizada pela Euromonitor em 100 países, inclusive no Brasil, apresentada durante a NRF, mostra que os avanços tecnológicos e a digitalização forçada da compra no período de isolamento social pela pandemia estão causando o sentimento de “menos contato físico” durante o processo de compra. Apesar de 76% dos consumidores desejarem continuar comprando nas lojas físicas, eles preferem realizar isso de forma mais independente, como escanear a compra sozinhos e pagar pelo celular. Muito disso vem pelo movimento de “pagamento sem fricção”, isto é, realizar a compra sem ter contato com locais possivelmente infectados, e isso se dá através de pagamentos por aproximação ou PIX, por exemplo, que tiveram uma aceleração gigante em seu uso nesse período pandêmico.
Sobre novos canais de venda, um dos expostos durante o evento foi o Live Selling, termo utilizado pela Estée Lauder. Ações ao vivo demonstrando o produto para grandes audiências nas redes sociais, com consultorias com experts e vendas simultâneas, impulsionadas com cupons de descontos ativos apenas durante o “evento” online, e que apresentaram crescimento de venda acima de 50% no período da ação. Esse tipo de ação foi muito realizado também no Brasil, principalmente pelo varejo de moda aproveitando a onda das grandes audiências das lives musicais no ano passado.
Outro ponto, apresentado pela WayFair, é a visão de tech company que as grandes redes de varejo estão assumindo, aproveitando seu background digital e seus colaboradores com skills em programação, análise de dados, infraestrutura. Exemplo disso é a Magazine Luiza, atuando como “terceiro” para outros varejistas (marketplace), e também com ações de “afiliados” do “Parceiro Magalu”, em que pessoas físicas montam lojas digitais para divulgar e vender produtos da própria Magazine Luiza e são comissionados pelas conversões.
Esses são apenas alguns dos temas levantados durante o evento online. Mas percebemos o quanto a tecnologia no varejo se mostra cada dia mais fundamental. “As marcas devem investir em tecnologia porque isso é bom para a percepção que as pessoas têm da marca e impacta na experiência do cliente”, afirma Michelle Evans, diretora sênior de Consumidor Digital da Euromonitor.